Num dos extremos do Universo ergue-se uma montanha muito alta.
Em seu cume jaz uma pedra enorme.
E jorra da pedra uma fonte de água cristalina.
No outro extremo bate o coração do mundo. Todas as coisas tem coração.
E o Universo também possui um único e grande coração, que não desvia o
olhar da fonte cristalina,
e não se cansa de fitá-la.
O coração do mundo anseia, deseja e suspira sedento de água cristalina.
Mas não pode aproximar-se, sequer um passo em direção da fonte.
Pois, assim que se move do lugar, perde de vista o cume da montanha e a
límpida nascente.
E quando, por um só instante, não enxerga a fonte, o coração perde
o alento e o mundo começa a morrer...
A fonte cristalina não possui tempo próprio; vive do tempo que o coração
do mundo lhe oferece.
E o coração do mundo lhe oferece um dia, apenas.
Quando o dia morre, a fonte entoa um poema ao coração e Este lhe
responde com um cântico.
E suas melodias se espalham pelo Universo, irradiando fios de luz que
unem, uns aos outros, os corações de todas as coisas criadas...
E há um homem justo e bondoso que caminha pelo mundo, recolhendo dos
corações os fios luminosos, urdindo com eles, o Tempo.
Quando acaba de tecer um dia inteiro, ele o oferece ao coração do
Universo.
este oferece-o à fonte cristalina.
este oferece-o à fonte cristalina.
E a fonte vive mais um dia...
Sch. an-ski – “O
dibuk”
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