sábado, 6 de maio de 2017

O TRABALHO COM O EU SUPERIOR



Só podemos dar um encaminhamento positivo à nossa vida quando estamos dispostos a assumir responsabilidade por ela como ela é agora.
 A pior forma de escravização da mente é sucumbir à mentalidade da vítima, de acordo com a qual tudo o que somos é resultado dos atos de outras pessoas. Quando caímos na armadilha desta crença, ficamos impotentes, humilhados, incapazes de mudar ou de aproveitar qualquer opção que se apresente. Exigimos que os outros mudem primeiro para nos sentirmos livres, poderosos, o que for. Gastamos toda nossa energia tentando mudar os outros ou as circunstâncias. Agindo assim, não somos livres.

É verdade que, num dado momento, pode ser preciso culpar os outros ou esbravejar contra a sociedade, contra os pais ou o destino, com intuito de descarregar os sentimentos e perceber em que sentido ainda estamos presos à impotência e à desesperança.  Mas se mantivermos a crença na vitimização, trairemos a mais profunda verdade do nosso ser, ou seja, a de que somos agentes livres e criativos da divindade, por mais que estejamos temporariamente limitados e distorcidos, e por mais restritivas que sejam as circunstâncias cármicas.

Quando percebemos que estamos neste mundo limitado e dualista, mas não somos necessariamente deste mundo também saberemos que estamos unidos ao criador.  Nossa tarefa é manifestar tanto quanto possível a nossa divindade inerente, aprendendo a ser co-criadores positivos no nosso mundo.     O primeiro passo é assumir a responsabilidade pela criação de nossa própria vida, tal como ela se apresenta na atualidade.

Somos responsáveis pela nossa vida simplesmente porque ninguém mais poderia sê-lo.   Estamos constantemente sujeitos a muitas influências e condicionamentos externos, passados e presentes, e contudo somente nós conduzimos a nossa experiência de vida a cada momento.
Por mais caótica que pareça nossa vida num determinado momento, somos nós os autores das escolhas atuais.

Essa verdade não deve ser usada para nos diminuir quando a vida vai mal nem para nos engrandecer quando ela vai bem.   É fácil distorcer a idéia da responsabilidade pessoal e transformá-la no dever de assumir a culpa pelas coisas “ más” da vida e o crédito pelas “boas’.  A criação da vida não é uma questão de culpa ou crédito do Ego, pois as forças criativas que moldam a nossa vida incluem complexas forças inconscientes, coletivas e circunstanciais que estão além do controle do pequeno Ego.  No entanto, também é verdade que as escolhas de vida pessoais tanto ao nível consciente como no inconsciente, em última análise cabem exclusivamente a nós.

Cada um de nós manifesta um conjunto único de realidades, organizado como um Eu separado.   Cada um de nós é uma expressão complexa do que os seres humanos podem expressar e vivenciar.   Somos muito mais do que o Eu separado delimitado pela pele.   No entanto, cada um de nós também é um Eu diferenciado, um corpo separado.   A vida que vivemos agora precisa ser aceita como a manifestação do nosso centro singular de consciência criativa – tanto do Eu Inferior quanto do Superior, nos níveis da personalidade do Ego, da Criança interior e da Alma Transpessoal.

Quando aprendemos a reconhecer o Centro Criativo Interior, podemos aprender a criar a vida de maneira muito mais harmoniosa.   Aprendemos a criar conscientemente, a partir do Eu Superior e não a criar inconscientemente, a partir do Eu Inferior.   Mas, para aprender a criar positivamente, em primeiro lugar é preciso aceitar a responsabilidade sem atribuir culpas pelas nossas criações negativas na vida.

Suzan Thesenga
“O Eu sem defesas”

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